O que você precisa saber sobre a Poliarterite Nodosa

Você arriscaria um palpite para explicar o termo Poliarterite Nodosa (PAN)? Vamos definir essa expressão por partes. ‘Poli’ significa vários e ‘arterite’ é a inflamação das artérias. ’Nodosa’, por sua vez, é a aparência dessas artérias inflamadas, pois, em geral, elas apresentam pequenos nódulos (como se fossem um balão).

Trata-se de uma doença que atinge, na maioria dos casos, homens com mais de 50 anos de idade. São raros os registros na infância. Estima-se que, anualmente, em cada grupo de um milhão de pessoas, uma criança tem a patologia. Não há uma faixa etária específica, mas em geral elas têm entre 9 e 11 anos. E há um detalhe muito importante: nas crianças, a PAN está associada a infecções bacterianas, como a infecção estreptocócica e a hepatite, e tende a ser mais grave do que nos adultos.

O que essa doença tão séria faz no corpo? Ela destrói a parede dos vasos sanguíneos e vai direto nas pequenas e médias artérias, desta forma, essas paredes ficam enfraquecidas. Formado pela Universidade de Brasília e com doutorado em Medicina, pela Universidade de São Paulo (USP), o diretor técnico da Angiomedi (Centro Integrado de Angiologia), no Distrito Federal, Dr. Antonio Carlos de Souza, explica que a PAN é classificada como autoimune e sistêmica. “Autoimune porque o próprio organismo começa a se atacar. E aí o alvo são essas artérias, principalmente, nas suas bifurcações. Ainda não se sabe por que o corpo age desta maneira. Ela é sistêmica porque pode chegar a todos os órgãos e tecidos. Podemos dizer que há uma preferência pela pele, pelos músculos e rins, mas todos os órgãos estão sujeitos ao ataque”, detalha o cirurgião vascular.

O Dr. Antonio Carlos enumerou uma lista de sintomas, na qual constam, entre outros, perda de peso (em média 4 quilos), fraqueza, febre prolongada e dor muscular. Essa dor tende a ocorrer nos órgãos afetados. As crianças, por exemplo, queixam-se muito de dores nos músculos, nas articulações e no abdômen, esta última por conta do envolvimento das artérias que irrigam o intestino. “A poliarterite nodosa prejudica, com frequência, os rins. Embora não cause uma glomerulopatia (doença que atinge os glomérulos, estruturas responsáveis pela ultrafiltração do plasma), uma lesão renal, o resultado pode ser a deterioração da função dos rins. Quando a pele é acometida, aparecem manchas que alteram a coloração entre o branco e o avermelhado. É como se a gente estivesse olhando uma pedra de mármore”, acrescenta.

O diagnóstico é demorado. O profissional faz uma biópsia muscular de uma artéria. Com o resultado em mãos, o médico escolhe o tipo de tratamento; normalmente, opta por medicamentos à base de corticosteroides e imunossupressores, que tentam reduzir a imunidade da pessoa para que a agressão ao próprio organismo diminua.

O cirurgião vascular ressalta que não há como prevenir. É preciso estar atento aos sintomas e, se houver confirmação da doença, o mais importante é levar o tratamento a sério, porque a poliarterite nodosa causa sequelas. “A recomendação aos pais e a todos os pacientes é não interromper o tratamento diante de uma melhora. As sequelas são irreparáveis. Por exemplo, as crianças afetadas nas regiões cutâneas dos dedos podem apresentar gangrenas nos dedos das mãos e dos pés. E aí estão sujeitas a amputações. Por isso, não pare com o tratamento achando que uma melhora representa a cura. Na maioria das vezes, quando a pessoa faz isso, a doença volta e volta ainda pior”, alerta o Dr. Antonio Carlos de Souza.

Leia também:

Angiologia e Tratamentos Vasculares em Brasília

Sua saúde vascular em boas mãos!

Prevenção
Diagnóstico
Procedimentos vasculares
Tratamento de problemas circulatórios
Check-up vascular