É amplamente aceito o fato de que a doença cardiovascular tem status de epidemia mundial. O risco de morte para os pacientes, ao longo da vida, é relevante. O problema é, não raro, silencioso, podendo se manifestar de maneira súbita, em indivíduos até então assintomáticos, levando à negligência na aplicação de tratamentos preventivos. Como a abordagem é caracterizada pelo foco em manifestações episódicas, como um derrame, o tratamento, consequentemente, volta-se para a profilaxia em lugar da prevenção.
Uma variedade de fatores, como hipertensão, tabagismo e diabetes são considerados de alto risco para o desenvolvimento de doença do sistema vascular. Sabe-se também que tais fatores se combinam para potencializar os riscos. Este saber levou ao desenvolvimento de métodos matemáticos, que incorporam uma multiplicidade de agentes, com o intuito de fornecer aos médicos uma ferramenta capaz de detectar o risco de doença vascular, tanto em suas manifestações genéricas como em suas manifestações específicas, ainda no atendimento ambulatorial.
Entretanto, a despeito da comprovada validade de tais métodos, seu uso efetivo ainda não se consolidou como prática corrente, sobretudo na fase primária do atendimento. Uma causa provável para tal atitude pode ser a preferência, por parte de alguns médicos, de orientar seus diagnósticos em função de riscos discretos, como o de infarto do miocárdio ou derrame, a depender de vetores como histórico familiar, idade ou ocorrência de diabetes, malgrado também para a detecção destes haja uma variedade ainda maior de métodos disponível, se comparada à do estudo que será aqui citado.
Por outro lado, médicos que atuam na prevenção de doença cardiovascular manifestam o interesse de formular seus diagnósticos por meio de parâmetros globais, previamente validados, ao tempo em que lidam com um prospecto em que a comorbidade, ou seja, a ocorrência de mais de uma doença cardiovascular no mesmo paciente é uma possibilidade a ser investigada. Para estes, a precocidade da detecção de riscos é fator crucial para sustar o desenvolvimento de doenças do sistema vascular, em todo seu espectro de manifestações.
Seguindo essa tendência, o estudo General Cardiovascular Risk Profile for Use in Primary Care publicado pela American Heart Association valeu-se de exames não laboratoriais, levados a cabo ainda em consultório, como antropometria e determinação da pressão arterial, dos quais derivou os coeficientes para alimentar uma equação algorítmica especialmente projetada, pelo uso de um programa gerador de planilhas, simples e disponível no mercado, e assim detectar o risco de doença vascular e coronariana com mais acurácia.
O estudo citado baseou-se numa pesquisa prévia – The Framingham Heart Study, que contou com a participação de indivíduos sob supervisão contínua. As amostragens foram feitas em três diferentes ciclos: o primeiro, entre 1968 e 1971; o segundo, entre 1971 e 1975; e o terceiro, entre 1984 e 1987. A novidade é que, além das variáveis tradicionais, como idade, índice de gordura corporal, pressão sistólica, utilização de medicamento anti-hipertensivo, tabagismo e diabetes , o sexo dos participantes foi o parâmetro de calibragem, utilizado para o estabelecimento da “idade cardíaca”.
De acordo com ele, a idade cardíaca de um indivíduo corresponderia ao assim estimado risco de doença cardiovascular, admitindo-se estarem as demais variáveis em patamares considerados normais (ausência, por exemplo, de tabagismo e síndrome metabólica como fatores de risco). Os resultados obtidos foram confirmados quando contrapostos a estudos similares que, a exemplo do citado, privilegiam a utilização de dados populacionais, tendo em vista a detecção de distúrbios no sistema vascular.
Essa corrente sustenta que a estimativa de risco de doença vascular global – a arteriosclerose, caracterizada pela inflamação e enrijecimento de vasos e artérias, marcadamente pelo acúmulo de gorduras – é efetiva também para a detecção de risco de manifestações específicas, a exemplo de infarto do miocárdio e derrame. Nesse sentido, a abordagem lança mão de índices amplos, que funcionam como categorias a que pertencem o indivíduo, como já acontecia com a idade, cor da pele e agora, como vimos, o sexo do indivíduo.
Os resultados obtidos a partir de exames laboratoriais confirmaram a predição fornecida pela tabela algorítmica, obtida ainda na fase inicial de estabelecimento do diagnóstico. Com efeito, a estimativa de ocorrência ou sensibilidade a doença vascular, num prazo de 10 anos, foi corroborada neste segundo momento. Além disso, a abordagem algorítmica preliminar demonstrou estar em sintonia com os índices específicos que são, por sua vez, estreitamente vinculados a ocorrências de afecções individuais.
Trata-se, portanto, de uma mudança, ou antes inversão de paradigma, do específico e isolado para o holístico e geral. Faz-se necessário ressaltar que, para ser eficaz, a abordagem holística tem que contar com o correto entendimento dos fatores de risco por parte do paciente. Aqui, o acesso à informação é também um fator de risco. Essa mudança de enfoque é crucial para otimizar a relação custo-benefício dos tratamentos prescritos. É a matemática aplicada a serviço da saúde de todos. O coração agradece.
Quem é o Dr. Antonio Carlos de Souza?
O diretor técnico da Clínica Angiomedi, em Brasília, tem um currículo que o torna grande conhecedor na especialidade. Formou-se, em 1992, em Medicina pela Universidade de Brasília. A Residência Médica em Cirurgia Geral e em Cirurgia Vascular e Angiologia ocorreu de 1993 a 1996. E não parou por aí. Concluiu o Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, em 2001.
Marcou participação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-RP, onde foi médico assistente.
Atualmente, é membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e atual vice-diretor de Defesa Profissional. É também membro da IVS (Independent Vascular Services).
É professor do curso de Medicina da Universidade Católica de Brasília e coordenador do curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde, onde também foi docente.
A dedicação ao estudo em educação médica e à assistência médica em Angiologia e Cirurgia Vascular não pára, visto que está sempre em busca de atualizações para beneficiar os pacientes.
Saiba mais sobre a Angiomedi
Tudo começou em 2013, quando o cirurgião vascular Dr. Antonio Carlos de Souza fundou a unidade com o intuito de ser um centro médico altamente especializado em saúde vascular. E assim aconteceu e é realidade. A Clínica Angiomedi conta com um trabalho diferenciado voltado para a prevenção, diagnóstico e tratamento dos transtornos circulatórios.
A missão é agregar respeito, humanização, responsabilidade, inovação e personalização para prestar um atendimento de ponta, que contribua com a melhoria da saúde vascular dos pacientes.
A Clínica Angiomedi oferece o que há de mais moderno e eficaz no tratamento de varizes, aneurismas de aorta abdominal e úlceras de pernas e pés diabéticos.