As estatinas são medicamentos utilizados no tratamento do colesterol alto e que também possuem comprovados resultados, em estudos científicos, sobre a prevenção de doenças cardiovasculares e, por isso, são prescritas para milhões de pessoas em todo o mundo.
Apesar do comprovado benefício para estes pacientes, há estudos científicos que sugerem que o uso prolongado deste grupo de medicamentos pode estar ligado a um pequeno aumento do risco de diabetes tipo 2: quanto maior a dose da medicação prescrita, maior o risco de diabetes, de acordo com essas pesquisas. Apesar disso, a maioria dos médicos cardiologistas, cirurgiões cardiovasculares e angiologistas afirma que esta preocupação com a possibilidade de se desenvolver diabetes não deve impedir os pacientes com colesterol alto associado a outros problemas cardiovasculares de tomar estatinas, já que eles se enquadram em uma categoria de risco mais elevado de doença cardíaca, o que compensa o risco.
Já para quem nunca teve problemas cardiovasculares, mas tem colesterol alto, não se recomenda o uso das estatinas pela relação entre benefício e risco de se desenvolver uma nova doença. A Food and Drug Administration (FDA), entidade norte-americana, atualizou seus documentos sobre estatinas em 2012 para incluir advertências sobre o risco ligeiramente aumentado de açúcar no sangue mais alto e o surgimento da diabetes tipo 2 em pacientes, baseado em dois grandes estudos anteriores, que ainda levavam em consideração outros fatores de risco, como o sobrepeso e a idade avançada. Um desses estudos sugere um aumento de 9 % no risco de diabetes entre os que utilizam estatina. E o outro, um aumento de 12%, apontando um risco ainda maior para os que utilizam de forma intensiva, comparado aos que tomam doses moderadas.
A FDA também adverte quanto a outros efeitos colaterais das estatinas, como lesão muscular, casos raros de lesão hepática e relatos de perda de memória e confusão. Para o Dr. Antonio Carlos Souza, angiologista da Angiomedi, os pacientes precisam ser alertados pelos médicos sobre os possíveis riscos. “Como em qualquer relação médico/paciente e em qualquer orientação medicamentosa, é preciso que haja toda orientação para que se saiba exatamente no que aquele medicamento irá lhe ajudar e nos possíveis efeitos colaterais causados para que, juntos, médico e paciente possam tomar a melhor decisão”, orienta o médico.
*Os dados citados neste texto foram publicados no site do New York Times, na seção Well.